terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

AS POLÍCIAS GRITAM SOCORRO! O GOVERNO PUNE! QUAIS AS LIÇÕES DO ESPÍRITO SANTO?





Por Erick, O Caçador    




    Praticamente todas as Polícias Estaduais no Brasil estão em petição de miséria, com problemas estruturais, falta de apoio do Estado e da população, bem como a braços com o problema de enfrentar a maior bandalheira de crime e desordem da História do Brasil. No Estado do Espírito Santo, acabou de ocorrer um movimento de famílias policiais com reinvindicações de cumprimento das Leis ( descumpridas pelo próprio Estado). O resultado é que o Governo se recusou a ceder e, diante da capitulação dos Policiais capixabas, agora vai acontecer uma onda de demissões e punições. O que podemos compreender disso? Quais as lições para as pessoas inteligentes de todo o Brasil? Eis algumas:




1- O Estado é o maior descumpridor das Leis Brasileiras e ponto final. O Judiciário é parceiro dessa situação, seja por omissão ( não fiscaliza o Executivo como deveria), seja por ação ( negando à Sociedade, incluindo servidores públicos, o direito constitucional de lutar para ter suas justas demandas atendidas). O Executivo ( Governo do Estado) pode sucatear todo o serviço público, rasgar leis e acordos relacionados a servidores, matar a população através de péssimos serviços de saúde, saneamento, combate a epidemias, abastecimento de água, etc; Pode ser omisso com a crescente criminalidade nas ruas e corrupção em sua própria gestão, em suma, pode representar o tudo de ruim, a incompetência ululante, o estelionato eleitoral tão falado - mas tem o apoio das altas instâncias do Judiciário, que não tem qualquer problema em obrigar a população a cumprir as regras, sob as mais duras penas, enquanto deixa o Governo agir fora das Leis, com as desculpas mais clichês possíveis ;



2- Não existem Leis, e sim, "interpretações" das Leis. Um exemplo: O Policial Militar que fizer greve por que não tem a estrutura prevista em lei para seu ofício, bem como porque está com salário defasado, atrasado e/ou parcelado ( contrariando todas as Leis) DEVE SER PUNIDO COM RIGOR, pois o Estatuto dos Militares proíbe o Direito de Greve. O que fica claro é que, no Brasil, o Judiciário está escolhendo que Lei fazer cumprir e quem deve cumprir as Leis. Em nome do "serviço essencial à população", um Policial pode ser marginalizado, preso e expulso da corporação, caso cruze os braços em protesto contra um Governador que fica impune ao deixar as estatísticas criminais subirem exponencialmente, exatamente porque trata a Segurança Pública ( o tal serviço essencial) com descaso e incompetência, ao contrário de seu DEVER LEGAL;




3- Atualmente, se um Governador disser " não tenho dinheiro", simplesmente, já se esgotaram TODAS as chances de que o Estado cumpra seu papel constitucional para com o cidadão pagador de impostos. Como é, então, que esse cidadão em meio à mesma crise econômica não tem direito de alegar igual argumento e se negar a pagar IPTU, IPVA, Imposto de Renda et cetera? Só resta uma explicação: o aparato do Estado Brasileiro está montado para explorar a população, não para servi-la - e isso é conseguido através de omissões, ilegalidades e conluio de Altas Autoridades CONTRA o povo brasileiro;



   As três lições acima demonstram que não se pode esperar, via de regra, "isenção" ou "Justiça" da parte do Poder Judiciário no tratamento desse tipo de assunto, inclusive porque os mais altos cargos na estrutura do Judiciário são galgados por nomeações de  Políticos. Tampouco é de se esperar que Políticos profissionais criados na impunidade deixem de ser criminosamente incompetentes, tratantes e omissos, só por que algum coletivo lhe clama com lágrimas nos olhos. Não é este autor quem afirma isso, é a História Recente do Brasil, como qualquer observador pode comprovar. Os PMs do Espírito Santo terão punição mais rápida, dura e implacável do que os políticos corruptos e grandes empresários/executivos implicados na Operação Lava-Jato. Se isso não serve para provar as assertivas acima, o que mais serviria?




4- A Imprensa Nacional, principalmente as Redes de Televisão, são mecanismos de Controle Social pagos pelos governos para iludir, desinformar e bestificar a massa, incluindo Doutores crédulos. As tais "verbas de publicidade" multimilionárias, pagas sem atraso ou interrupção, servem exatamente para a finalidade de mobilizar a opinião pública em apoio a quem paga. Os salários dos Servidores Públicos, verbas hospitalares, pagamento de fornecedores do Estado - tudo pode atrasar, com a desculpa de que falta dinheiro. Já as "verbas publicitárias"...  Para isso tem dinheiro e muito! O tal jornalismo "isento e informativo" é um conto da carochinha que só cola na cabeça de quem não pensa sobre a Imprensa como o Quarto Poder. O compromisso dessa imprensa é com quem paga. Ponto. Já a verdade, fica para quem raciocina fora desse circuito midiático;



5- A Segurança Pública deve ser tratada como Urgente Causa Social e, não, como assunto de Polícia. Afinal, tanto a pessoa roubada, o comerciante sem clientes ( pela Insegurança) e o Policial mal-pago, correndo risco de vida, são vítimas do Sistema de corrupção, mentiras, compadrio e incompetência montado pela elite lesa-pátria brasileira para seu ilegítimo usufruto. Se essa idéia não for compreendida e disseminada , basta os Chefes do Executivo ofenderem os Policiais ( semelhando-os a cachorros de guarda ou bandidos) e a Imprensa Mercenária "mostrar" que, afinal, a culpa é da Polícia mesmo... Aí o Judiciário, que já "cercava por lá", destrói as vidas de algumas dezenas ou centenas de policiais, "interpretando" as Leis contra a polícia - exatamente do jeito que os Policiais tanto gostariam que fossem aplicadas contra, por exemplo, os membros de Facções de Presidiários em Guerra - aí já "deu certo", para ficar como está, ou piorar! ;




6 -  As Categorias Policiais precisam sair do amadorismo na política e nas Comunicações Sociais! Está encerrada a Era dos "Militares Apolíticos" e dos "Bons Funcionários Anônimos": o Mundo agora é de Redes Sociais, Comunicação, Inteligência e livre-expressão... A vez é de quem exerce pressão! É preciso chegar ao coração do Sistema com voz ativa, difusa e articulada com inteligência inovadora, pois os Sindicalistas já chegaram ao Poder no Brasil, recentemente... E cuidaram de destruir a condição tradicional de justa reivindicação da Classe Trabalhadora, aparelhando e instruindo o Sistema para tratorizar Sindicatos e Associações ( vide as Leis de Greve , por exemplo, aprovadas na Gestão Federal da Esquerda de Orientação Marxista Sindicalista e Gramscista);



6- O modelo de organização para reinvindicações das polícias deu um salto qualitativo com a adesão de suas esposas e filhos, bem como com a presença da reserva remunerada. Foi visível a dificuldade dos detratores da Classe Policial em conseguir a satanização dessa parcela dos manifestantes, como não teve escrúpulos de fazer com os próprios servidores. Na verdade, se vislumbra o início de uma transmutação na luta classista policial, que sai do modelo chavão tipo "Sindicato" ou "Associação" para uma feição de mais força, na categoria "Movimento Social". A derrota dos Operadores de Segurança Pública no Espírito Santo, de fato, foi o "Movimento Social" pró-policia ter sido traído pela agremiação tipo "Associação" ( entidade jurídica) de PMs, que capitulou para o Governador inflexível e detratador. A própria tropa reconheceu isso, ao receber aos gritos de "traidor" um dos que assinaram a rendição sem ouvir a voz da categoria, que vai pagar caro ter seguido tal cepa de lideranças. As esposas tentaram seguir em frente, mas a Força já havia sido dividida pela sedição dos mais fracos, daí só restou desistir. Ai dos vencidos! Agora, é aguardar a vingança;



7- A população ( e grande número de Policiais, inclusive) ainda não entendeu quem é o Inimigo Público Número UM: o criminoso político. Também não enxerga a Facção Criminosa como um tipo de Organização Política. Com efeito, está alheia à conexão entre os dois tipos de bandidos.  E é exatamente esse o cerne do tema que deve ser explorado repetidamente, se queremos criar condições sociais propícias para combater a prática e o discurso antipolicia, que nada mais é do que uma parte da Revolução do Crime no Brasil, uma Guerra Civil disfarçada que está sendo travada desde fins dos anos 80.




8 - As Tropas Federais estão prontas para utilização em Intervenção por todo o Brasil. Esse emprego banalizado e cenográfico das Forças Armadas para apoiar Governadores que não "fazem o dever de casa" é o retrato da opressão da Sociedade, em nome da "Salvação" dela própria! Tropas Federais  sistematicamente nas ruas e nos Presídios, são na verdade, uma "carta branca" para os Governos dos Estados deixarem de cumprir seu dever com a Sociedade, no quesito Segurança Pública. Além, é claro, de ser um desperdício de recursos públicos aplicados num paliativo, em vez de seu investimento para solucionar a real causa do problema. Só quem ganha com isso é o Crime Organizado ( em Facções Prisionais ou em Partidos Políticos);




9 - Enquanto as Forças Armadas estão consumindo milhões em recursos para cumprir um papel para que não são treinadas ou equipadas, nessa Crise de Segurança criada pela Classe Política, as fronteiras nacionais estão desguarnecidas quase que totalmente... E o Poder crescente do Crime no Brasil se baseia em dois pilares: domínio das fronteiras ( Facções Criminosas) e Domínio do Aparato Estatal ( Partidos Políticos Corruptos e "ramificações apadrinhadas"). É o caso de se pensar sobre esse emprego das Forças Armadas, em antagonismo velado às suas Forças Auxiliares e, não, como seria mais útil, em proteção da Soberania Nacional e combate ao crime e guerrilhas transnacionais, como um caso de enganar os bobos! A Intervenção Militar só deveria ser aceita com a contrapartida da destituição do Governador que a pediu - pois assim se excluiria a Má-fé e pirotecnia típicas dos Políticos brasileiros;



10 - Sobre a Força Nacional: continua sendo a forma mais cara e espetaculosa de fazer "encenação de "providências tomadas". Sua participação nas regiões conflagradas se destaca pela estranha ausência de confrontos armados com bandidos e baixo índice de prisões e apreensões, quando comparada com as desprezadas e sucateadas Polícias locais. Além de fazer parte da criação de uma mitologia para boi dormir, de uso propagandístico , a Força Nacional é uma forma de desprestigiar e subvalorizar o Policial local, que sem elogios das autoridades, sem salário em dia, sem equipamentos de primeira ou apoio da mídia, faz melhor que os louvados colegas turistas. Vários ex-membros da Força Nacional afiançam o que está escrito aqui: compor tal tropa é bom para ganhar dinheiro e viajar. No mais, só "munganga". Se o Governo Federal quer solucionar a Segurança Pública com uma segunda Polícia Federal ( militarizada), faça concurso público e abra a carreira, oras!




11- Há alguma dúvida que um dos maiores crimes cometidos contra a população brasileira foi desarmá-la na forma da Lei? O Estatuto do Desarmamento, terrível lei criada CONTRA a vontade da maioria expressa em Democrático referendo popular, sancionada há 14 anos atrás pelo então Presidente Lula, prometia a diminuição da violência pois, dizia o governo e a Imprensa paga, o cidadão armado era o principal fornecedor de armas para os criminosos. De lá para cá: as estatísticas criminais subiram 300%, o Brasil tem a maior média absoluta de homicídios do planeta ( 60.000 por ano ) e os criminosos estão mais bem armados do que nunca! Enquanto isso, as Polícias falidas, tratadas com presunção de culpa, e o cidadão impedido de exercer seu direito de legítima defesa. Um criminoso pego armado e preso, tem chance de sair da Delegacia ANTES dos Policiais que o prenderam... Só pagar a fiança e arrumar outra arma para assaltar, ameaçar e matar... Como, de fato, qualquer policial ou bandido pode atestar.



    Transparente é a realidade de que enquanto o servidor policial for tratado como escravo ou pária; Enquanto as Leis forem utilizadas para assegurar a Impunidade dos Maus e acorrentar o cidadão de bem; Enquanto essa Nação deixar que seus piores filhos pisem nas gerações passadas, presentes e futuras; Enquanto os homens e mulheres de vergonha não abandonarem a aceitação dessa tragédia como normalidade... Enquanto tudo isso vigir, o caminho é ladeira abaixo - com muito sangue e vergonha!




Por Erick Guerra, O Caçador

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

O CASO DO ESPÍRITO SANTO E SUAS IMPLICAÇÕES NACIONAIS

Por Erick, O Caçador




    O Brasil todo tem acompanhado a situação do movimento de famílias de policiais no Espírito Santo, que resultou na paralisação da atividade policial no Estado e concomitante caos social. Tudo começou com 10 esposas de PMs e agora virou um fato portador de futuro para a Segurança Pública Nacional.




    O movimento dos familiares policiais originalmente reinvindicava melhor estrutura de trabalho, 10% de aumento salarial com reposição da inflação, mais a inclusão de direitos, tais como adicional de periculosidade e de trabalho noturno, negados ( incrivelmente) pelo Estado a seus servidores policiais. Ao contrário do "fogo na palha" que é comum nos movimentos pacíficos ( repletos de falastrões comodistas), o protesto das esposas em frente a um destacamento de Polícia Militar não arrefeceu com o passar do tempo, impedindo os militares de saírem do Quartel e, ao mesmo tempo, atraindo adesões de outras pessoas indignadas com o descaso com a Segurança Pública e a Classe Policial. A Polícia Civil, após alguns dias, aderiu, declarando - esta sim - greve.




    Os Policiais Militares, que nunca receberam ordens para descer o sarrafo em baderneiros e terroristas do porte de um MST da vida, tampouco usaram de violência contra seus familiares em protesto pelo direito, deles próprios, de receber salário digno e melhor condição de trabalho. É necessário explicar que o estatuto arcaico que rege os Policiais Militares proíbe-os de ter liberdade de expressão e Direito de Greve, como os demais cidadãos brasileiros. Daí a iniciativa partir de seus familiares e, não, dos Policiais Militares! Dada essa relação de respeito entre manifestantes e policiais, o Governo do Estado partiu para uma linha repressiva que o Brasil inteiro aplaudiria, caso tomada contra as Facções Criminosas em franca guerra civil, inclusive no Espírito Santo... Mas, uma vez que foram tomadas contra os agentes que sempre se sacrificaram para que a sociedade sobrevivesse ao Império Crescente do Crime, transformaram-se num dos maiores escândalos dessa década, tornando o movimento dessas pessoas um símbolo de luta pela justa causa social da Segurança Pública.






    Primeiro, um Desembargador declarou logo o protesto ilegal, pois ameaçava a Segurança Pública do Estado. Fica a responder onde estava o mesmo Judiciário, na fiscalização da situação de aumento drástico da criminalidade, descaso da gestão com a Segurança Pública e sucateamento do serviço público de polícia. Será que isso não ameaçava a Segurança do Estado? A explicação comentada à boca miúda é a de que a violência criminal, ao atingir a população, não sensibiliza o Judiciário tanto quanto uma crise política que afete as oligarquias ( famílias de políticos) dominantes em seu Estado. Faz sentido, pois a promoção de um Juiz para Desembargador, se faz através de indicação política ( discricionária do Governador) e, naturalmente, crias laços de "gratidão", para dizer o mínimo. Seria este o caso? Difícil dizer... Mas, realmente, os servidores públicos de maneira geral, sempre estão sendo mantidos "em seu lugar" de achatamento salarial e trabalho em condições de crescente sucateamento, por essa bem conhecida aliança entre Governadores e Desembargadores... Já os pacientes hospitalares da Rede Pública, as crianças em idade escolar passando necessidades e a população vítima de criminosos não contam com a atenção dessa aliança para solução de suas demandas. O MST, enquanto movimento, nunca recebeu esse tipo de sanção em suas inúmeras ações criminosas no Espírito Santo. Que se pode pensar dessa Justiça, da qual se suspeita estar a serviço do Executivo, mesmo quando este descumpre as Leis? Não é o caso do estado do Espírito Santo, talvez, mas em diversos Estados do Brasil, o próprio Estado é um dos maiores descumpridores das leis - sendo a Classe Policial particularmente sensível a isso, justamente por trabalhar na fiscalização do cumprimento estrito dessas mesmas leis!




    Depois, o Secretário de Segurança Estadual e o próprio Governador do Espírito Santo passaram a achincalhar os Policiais e suas famílias, com dizeres do tipo "farsa grotesca" dos policiais e suas famílias, "chantagem com a segurança da população", "cárcere privado da população" e etc, passando a criminalizar a polícia de forma aberta: 703 PMs já estão sendo processados pelo crime de Revolta (!) e, como declarou o Governador Fernando Hartung ( PMDB), serão investigados supostos envolvimento de Policiais em crimes, tais como homicídios (!) e outros (!)... Inclusive, segundo essas autoridades, as esposas dos militares também serão identificadas e punidas! O fato é que as associações de PMs receberam pena de multa pesada diária por cada dia de paralisação. Seria tão revolucionário que as famílias de membros do PCC ou do CV recebessem sanções da Justiça, quando seus entes queridos destruíssem cadeias e esquartejassem seus companheiros de cela! A lógica seria a mesma: imputar punibilidade por laços de família. Quanto às reivindicações da Famílias Policiais, diz o Governo não ter dinheiro para atender o pleito. O caso é que o mesmo Governo liberou mais de meio milhão de reais para as Escolas de Samba capixabas no carnaval próximo, gasta cerca de 20 milhões em publicidade e concedeu 4 bilhões de reais em isenções fiscais ( perdão de dívidas de impostos) para grandes empresas - segundo as manifestantes. O Judiciário tem ciência disso?




    Militares do Exército e da Força Nacional foram alocados aos milhares para o ES, a um custo muito superior, de todas as maneiras, do que simplesmente conceder ao Policiais o devido tratamento digno. Com encenação digna de filmes da Marvel, as autoridades se apressaram em afirmar que as estatísticas criminais despencaram... Mas sem apresentar os números! O fato é que a presença dos militares federais ( inclusive a Força Nacional) é quase que cenográfica - um tipo de Operação Presença. Após cerca de 20 dias de atuação no RN ( Operação Potiguar II), por exemplo, ao custo de oito milhões e oitocentos mil reais (!) para menos de 1.500 militares federais empregados, não tivemos notícias de prisões, apreensões de armas e drogas ou qualquer outra contribuição estatística criminal em número que justificasse serem eles chamados de " A Solução do Problema". No Espírito Santo será diferente, além de mais caro? A mitologia de exaltação do emprego das Forças Armadas para "varrer para baixo do tapete" os problemas de violência endêmica ou "crises" causadas pela sucessivas gestões estaduais incompetentes está nos levando, na prática, a uma Intervenção Militar. Notícias dão conta de que o Exército já está com 30.000 homens de sobreaviso para ocupar as ruas, na provável hipótese do colapso total da Segurança Pública nos |Estados. Para os que querem a Intervenção Militar, digo: já está em andamento. Se essa Intervenção vai se tornar um Governo Militar, aí é outra história...




    O Presidente Michel Temer, que se apressou em mandar muito dinheiro e seu sentido pedido de perdão aos familiares de estupradores, assassinos e ladrões, por conta dos 55 presidiários mortos de Manaus, não liberou um centavo sequer para a estrutura de segurança do ES, tampouco falou em indenizar as famílias de centenas de pessoas assassinada nas ruas do Estado, incluindo policiais. Sobre os Policiais capixabas e suas famílias, disse que o movimento é "inaceitável", sugerindo que a reinvindicação está "fazendo o povo de refém". Estranho, tanta empatia do Senhor Presidente da República com a "família presidiária" e tão pouca com a Família Policial. Que acham? A figura do bandido com refém é a tarja da esposa ou mãe do policial capixaba, ficando o papel de ser humano sofredor e digno de pena para as esposas e mães dos presidiários de facções criminosas? Como podemos compreender tal posicionamento?



    As Redes de Televisão, notadamente a maior do país, dão apoio mal disfarçado ao discurso governamental, colocando os Policiais e suas famílias como culpados pelo prejuízo no comércio, surto de criminalidade, medo das pessoas, etc. Fica a pergunta: por que as mesmas matérias não mostram a realidade de ser filho ou mãe de policial no mesmo Estado? Estariam os Policiais e seus familiares com "salvo-conduto" em tal situação? Será que a Televisão vai mostrar os bastidores das mães e esposas acampadas em frente aos quartéis, suas necessidades e aspirações, da mesma forma que mostrou as condições de vida numa Facção Criminosa de presídio? Vocês já viram na TV o choro de uma mãe de PM aflita? Será que esse tipo de mãe não chora? O grande jornalismo brasileiro, em geral, está se mostrando do jeito há muito denunciado e suspeitado: parcial e comprometido com o Governo. A explicação seria a bolada de centenas de milhões de reais em "publicidade" pagas pelo Governo a essas empresas. Será que isso faz diferença na hora de noticiar os fatos?




    Por fim, notícias oriundas de várias partes do País falam de ampliação desse protesto pela valorização do policial e da melhoria da Segurança Pública. Outras polícias estaduais estão em franca trilha de adesão, pelo que se vê. Ao tentar de solucionar a questão local, as atitudes duras e repressoras das autoridades capixabas estão levando o Brasil a atravessar um limiar. São os fatos.



      O Movimento da Família Policial Capixaba terminou, mas seu exemplo denota um modelo da luta pela maior causa social da atualidade brasileira: a Segurança Pública.



 
Erick Guerra, O Caçador

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

POR QUE AS POLÍCIAS ESTADUAIS PODEM PARAR NO BRASIL INTEIRO





Por Erick, O Caçador





    O Crime Organizado em Partidos Políticos tomou conta da administração da República, segundo se conclui da parcial amplamente divulgada da Operação Lava-Jato. O Crime Organizado em Facções Criminosas entrou em Guerra Civil escancarada, gerando crises de Segurança Pública em vários Estados da Federação, diante de governos gagos e repletos de paliativos ridículos. O Judiciário embarca num movimento de soltar presos nas ruas, dando novo patamar à impunidade. A crise econômica resultante da corrupção generalizada e incompetência da classe política cria desemprego, faz atrasar salários de servidores públicos e dá maior credibilidade às desculpas de praxe pelo descaso absurdo com que todo serviço público é tratado. Tudo está contra as Polícias Estaduais: após décadas de Lavagem cerebral feita por "pensadores sociais" irresponsáveis e envolvidos com o crime ( principalmente drogas), às vezes dentro de Universidades e IFs, mídia hostil pregando que a "Polícia é errada" e etc, uma parte da população é contra a Polícia, realmente. Esse é o cenário nacional. Agora, as razões dos Policiais Militares e Civis do Brasil Inteiro:





    1 -  O Policial é um servidor público diferenciado, que arrisca sua vida para defender a Sociedade de bandidos cada vez mais numerosos, organizados e dispostos a matar. Efetivamente, muitos policiais tem sido mortos ou feridos durante o serviço. Em troca disso é, em geral mal pago, mal equipado, ignorado como ser humano ( não se fala nos Direitos Humanos de Policiais) e, agora, ameaçado seriamente por qualquer pessoa má intencionada que se disponha a inventar mentiras incriminantes - principalmente se forem viciados e traficantes de drogas universitários, famílias de criminosos de baixa renda (a mãe é a mais indicada para o teatro) e presos em flagrante delito. Como não tem retaguarda jurídica dada pelo Estado - que, ao contrário, o acusa - um Policial se torna abandonado pelo mesmo sistema que o usa de bucha de canhão, toda vez que a escória ou seus advogados se propõe a prejudica-lo. Não existe respeito ou dignidade numa situação dessas, é claro. As Polícias agora estão exigindo a dignidade e o respeito devido;





    2 - Os governos estaduais, em geral, tratam de maneira enrolativa e negligente as justas reivindicações dos Policiais, há anos. No que tange ao salário, por exemplo, fingem ignorância da necessidade criada pela insuficiente remuneração que pagam, pondo extras conhecidos como "bicos", na condição de artigos de primeira necessidade na vida policial. É insustentável isso. Os Policiais querem ter acesso a casa própria, educação dos filhos, etc, sem ter de se sujeitar a jornadas excessivas de trabalho arriscado em dois ou três subempregos... As Polícias Estaduais devem deixar de ter essa feição de subempregos;





    3- O Regulamento Disciplinar das PMs tem alto grau de rejeição interna e é totalmente absurdo num país que superprotege criminosos com leis que lhes garantem liberdade, bom tratamento, alívio das penas e até impunidade. Simplesmente ao falar o que pensa, um cidadão Policial Militar pode ser preso quase sumariamente... Em contrapartida, um assassino preso em flagrante pode ser solto em 24 horas, por um Juiz de Direito, durante uma Audiência de Custódia. Um país democrático que acoberta isso, merece que tipo de conceito?;



    4 - As Polícias Civis, em geral, tem um déficit tremendo de pessoal e péssima remuneração inicial para Agentes e Escrivães, além de estrutura precária de todo. Para se ter uma idéia, a PC do RN funciona com apenas 30% do quadro previsto de pessoal e a remuneração de Agentes e Escrivães é menos de 30% do que recebe um Delegado iniciante. Falta armamento, munição e material de informática. As delegacias, em geral, são horríveis. Abundam doenças laborais. É uma verdade assombrosamente inadmissível;





     5 - Os Policiais, pressionados de todos os lados, já entenderam que não há vantagem em negociação com gestores mentirosos e tratantes. Esgotaram-se, no Brasil quase todo, as esperanças de que os apelos mais do que justos da família policial sejam atendidos por políticos e cargos comissionados que fizeram da trapaça e protelação uma arte. As palavras "paralisação" e "greve" estão em todas as pautas dos Policiais Brasil afora;




    6 - A lama da Insegurança Pública é a maior causa social do Brasil, no momento. Já passou da hora de virar o jogo em prol da Sociedade! Como está totalmente transparente, não serão os drogados da marcha da maconha, os advogados de bandidos, a televisão que exalta o marginal, os "especialistas engravatados" em Segurança Pública, nem o Judiciário "garantista" em prol das liberdades individuais de criminosos que vão defender a população no conflito armado generalizado que já está em curso. A valorização das instituições policiais e de seus servidores, bem como o respaldo a seu trabalho, é da mais alta prioridade hoje. E já ficou claro que isso só vai acontecer com luta: só os Policiais podem liderar essa autêntica campanha pela Paz Social nos Estados da Federação.



    Os Policiais Estaduais cansaram de serem apontados como responsáveis pelo caos de que são vítimas também. O Brasil mudou muito, a ponto de não se justificar que as instituições policiais sejam tratadas como antros de mão-de-obra barata para blindar as elites sanguessugas da violência causada pela sua escrotice com o povo!



    É mais do que provável que uma gigantesca greve de polícias se alastre, no âmbito dos Estados.




Erick Guerra, O Caçador

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

GOE - A TROPA DE ELITE DO SISTEMA PRISIONAL




Por Erick, O Caçador



    Numa das 32 cadeias do Estado do Rio Grande do Norte, presidiários amotinados depredam tudo e ameaçam matar outros internos rivais. A gritaria é grande e, aparentemente, a situação está fora de controle. De súbito, um grito ecoa em meio ao caos: "O GOE VAI ENTRAR! TODO MUNDO PARA O FUNDO DAS CELAS!" Na sequência, homens de uniforme rajado, equipados com material antimotim, invadem o recinto. Uma granada de efeito moral explode com barulho ensurdecedor - quem não obedecer imediatamente será submetido à força -os membros do GOE são mestres do CQB ( Close Quarter Battle - Combate em Ambientes Fechados) e não brincam em serviço! Os amotinados correm para o fundo de suas celas e se amontoam, sentados e encolhidos. Mais uma Crise Prisional foi abortada antes de virar manchete. O Grupo de Operações Especiais da Secretaria de Justiça e Cidadania (SEJUC) do RN é assim: discreto, rápido, eficiente.




    A situação acima descrita é ficcional, mas dá boa idéia das 271 Operações de Intervenção Tática feitas pelo GOE/RN, só em 2016. Observe que o volume de trabalho foi intenso... E só estamos falando de intervenções! O GOE também realiza Segurança e Escolta de Autoridades em visita às unidades prisionais ( Juízes, Promotores, Secretários de Estado, etc), escolta de presos especiais ( pelo grau de periculosidade), reforço do plantão em unidades prisionais necessitadas, além de Operações de Patrulhamento ( que incluíram nove prisões em flagrante)...  Foram 463 ocorrências atendidas em 2016! Como se não bastasse, ainda há um cotidiano puxado de treinamentos e esmero na manutenção do armamento e equipamento. Os guerreiros do GOE formam a elite mais desconhecida da Segurança Pública Potiguar -  mas nesse artigo vamos mostrar um pouco desses Heróis do Sistema Penitenciário.





    Em janeiro de 2017, o Presídio Estadual de Alcaçuz virou notícia internacional devido a Guerra de Facções Criminosas em seu interior. Menos noticiadas foram as diversas outras emergências simultâneas em várias unidades prisionais potiguares, rapidamente controladas. O GOE estava em todas. Essa tropa é, de fato, o bicho papão dos cadeeiros rebelados. Numa das revistas feitas após Intervenção nos Pavilhões da Alcaçuz rebelada, chegou a ser recolhida uma carroça inteira, repleta de lanças, espadas, facas e facões, bem como bandeiras e escudos improvisados! E celulares, muitos celulares...




   O trabalho do GOE é incessante, exaustivo, minucioso, sob pressão constante. Só homens e mulheres da têmpera mais forte para suportar tal disciplina. Um único erro pode assumir proporções desastrosas, principalmente se explorado pela mídia hostil e agremiações oportunistas de "Direitos Humanos" a serviço das Facções Criminosas. Num Sistema Prisional de estrutura decrépita, com unidades superlotadas e recebedor de muita cobrança, mas pouco investimento, o GOE representa a salvação política das autoridades sentadas nos Salões do Poder; São os bombeiros sempre capazes de debelar os "incêndios" cotidianos, causados pelas falhas absurdas do Sistema. Como seus demais irmãos Agentes Penitenciários, tiram leite de pedras, para manter fechadas as Portas dos Infernos onde a Sociedade encerra seus demônios. Esses são os fatos.


Criado em 2011, o GOE mata no peito todas as situações em que o controle emergencial da ordem é necessário no sistema prisional e, para isso seu recrutamento é de seleção rigorosa, um verdadeiro garimpo dentre o efetivo dos Agentes Penitenciários do Estado. As qualidades observadas num candidato são "personalidade, honestidade, amor à causa, vibração, preparo físico e psicológico. Esses são os requisitos básicos para pertencer ao grupo" - como diz o Ag Pen Leonardo Alves, seu atual  comandante. Depois de encontrada a jóia bruta, vem a lapidação...



    Os voluntários passam por um estágio de três meses em que se alternam treinamento e missões reais ao nível de sua capacidade, para o momento. O ritmo é puxado: além da Doutrina GOE de Intervenção Tática Prisional, treinam técnicas aprendidas pelos membros veteranos do Grupo em cursos ministrados por outras instituições de Segurança Pública, tais como Patrulhamento Tático Móvel ( PATAMO), Operações de Choque e Policiamento de Choque. A PMRN e o Departamento Penitenciário de Operações Especiais (sediado em Brasília) são parceiros sempre presentes nessas capacitações.




    Se espera do estagiário que dê seu sangue, suor e lágrimas - e mesmo os mais brutos choram em meio ao gás lacrimogêneo! Tecnicas de combate corpo-a-corpo, uso  de espingardas com munição de elastômeros ( balas de borracha), formações de grupo de controle de distúrbios... uma carga maciça de conhecimento prático e teórico é ensinado e cobrado. Caso o estagiário se desempenhe à altura dos padrões de excelência do GOE, é declarado membro efetivo ao término do estágio. Se não, é desligado. O GOE não quer quantidade e, sim, qualidade.




    Atualmente, o efetivo total do grupo é de 19 homens e 03 mulheres. Lembram da quantidade de ocorrências que esse seleto e diminuto grupo atendeu, só no balanço do ano de 2016? Sim, é de se admirar mesmo! Os membros do GOE são inquebrantáveis, poucos e polivalentes. Invencíveis, pode-se dizer, e sempre prontos para cumprir qualquer missão!




    Alguém pode se perguntar como deve ser um ser humano desse calibre. Talvez, você já tenha cruzado com um deles pelas ruas, num dos poucos momentos em que não estão num mundo de grades, muralhas, escudos e capacetes. Poderia um deles ser o jovem afável que sorriu enquanto pagava suas compras na padaria? Poderia ser aquela gata que se bronzeava na Praia de Ponta Negra, com biquíni minúsculo e tatuagem delicada, uma integrante do GOE? Sim, claro que sim. A  face absoluta e coercitiva de um membro do  GOE é a máscara negra "balaclava" reservada para o chamado do dever. Aí, a aparência é toda outra.....


 ....Que o diga a escória Prisional rebelada, a razão porque seu sangue gela e a brabeza acaba, no exato momento em que se escuta nos meandros das cadeias, aquele grito agourento: " O GOE VAI ENTRAR"!




Erick Guerra, O Caçador


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