segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

PLANTAS DE PODER, PSEUDO ESPIRITUALIDADE E TRÁFICO DE DROGAS

PLANTAS DE PODER, PSEUDO ESPIRITUALIDADE E TRÁFICO DE DROGAS




Por Erick, O Caçador



    Desde que Carlos Castaneda lançou seu best seller mundial "A erva do Diabo", nos anos 60, livro onde relata sua suposta iniciação em feitiçaria por um "brujo" mexicano, o interesse pelo consumo de plantas alucinógenas para fins espiritualistas adquiriu grande interesse no Brasil, virando um verdadeiro modismo, impulsionado pelo movimento hippie ( anos 60 e 70), bem como pela ascensão de cartéis de drogas na América Latina ( a partir dos anos 70).



    O termo "plantas de Poder" se refere a espécies vegetais que, quando consumidas pelo ser humano, produzem alterações na consciência. No contexto religioso, tais alterações ou efeitos enteógenos, são consideradas como vislumbres do mundo espiritual.



    No Brasil, há várias religiões legalmente registradas que utilizam tais plantas em seus cultos. Ressaltando que estas religiões merecem respeito e que seus fiéis exercem a liberdade constitucional de crença, citamos como exemplos o Santo Daime, a União do Vegetal, a Barquinha ( credos onde se ingere o chá Ayahuasca ) e o Culto da Jurema ( onde se ingere a bebida de mesmo nome,  composta de várias espécies vegetais). Há também o registro oficial , de denominações de credo Rastafari - embora o consumo de maconha como sacramento seja vedado pelas autoridades brasileiras, o que cria uma séria questão para seus seguidores. É desse tipo de meandro legal que trata o presente artigo.



    A primeira coisa que se deve ter em mente é que as leis brasileiras antidrogas fazem distinção do uso religioso, devidamente registrado em órgão apropriado e em locais de culto de conhecimento das autoridades competentes, do uso informal ou meramente recreativo das mesmas substâncias. No primeiro caso, pode haver permissão legal. Em outros casos, há o enquadramento criminal na Lei Antidrogas, com todas as suas consequências.



    O fato é que, sob a égide de uma pseudo espiritualidade, o vício em drogas alucinógenas se dissemina entre certa parcela da população, alimentando o tráfico , dando poder às Facções Criminosas e turbinando a violência. Supostamente adeptos de um Sagrado Divinal, viciados e traficantes de drogas ( na forma da lei) com discurso religioso deturpam qualquer sentido positivo que sua devoção poderia ter, ao se associar ao crime.



    O caso mais típico é o da maconha, droga de grande mercado consumidor e uma das principais fontes de renda do Crime Organizado em Facções, junto com a cocaína e o crack. Há uma multidão de usuários de maconha que alegam consumo da planta para "abertura de consciência" ou  "acesso a um entendimento espiritual", sem qualquer escrúpulo com relação a sua contribuição ( como clientes do crime) ao aumento de assassinatos, roubos, furtos, sequestros, assaltos a banco e corrupção - que são algumas das outras atividades dos seus fornecedores de drogas, além do Tráfico. Quando se pergunta geralmente a um fumante de maconha de onde veio o cigarro que está fumando, a resposta é "não sei", na esmagadora maioria dos casos. Às vezes, o maconheiro ( que dificilmente se admite viciado, mesmo quando fuma todos os dias), entabula desculpas do tipo "eu não compro em boca-de-fumo, pego com um amigo", para mascarar a inconveniente realidade de que sustenta uma teia de crime, sangue, armas, miséria humana e vício. Tais usuários são, a mais das vezes, pessoas que tem boa escolaridade, oriundas de bom extrato social, com bagagem cultural e trabalhadoras. Mas, pelo vício, douram a pilula de seus atos, se negando a ver a ligação óbvia entre a "paz artificial" proporcionada pelas drogas ilícitas e a Insegurança Pública.



    Com efeito, mesmo após um viciado admitir toda a lógica descrita acima como realidade fática, ainda dirá: " mas não é por isso que vou parar de fumar" ou  sairá pela tangente com um " deveriam legalizar". Então caem por terra todos os racionalismos possíveis, pois o vício não tem lógica, é uma dependência química e psicológica, tão somente, que o usuário "espiritualizado" mascara com ilusões de cunho religioso, mesmo quando o consumo se dá em ambientes informais ou em descarada recreação. É um títere do vício, embora não se aceite dessa maneira.



    Mas esse tipo de drogado não é só títere do vício, também é das Facções que lhe vendem a muleta psicotrópica, pois que defendem uma "paz" que é contra as leis e a Polícia, mas apoiam o tráfico com seu investimento em dinheiro e com sua adesão a um humanismo equivocado - do qual o maior expoente no Brasil é o chamado "Direitos dos Manos". Com toda a sua inteligência, não imaginam eles que as Facções Criminosas que traficam essas drogas desde as fronteiras, simplesmente não vão querer permitir a utopia da legalização das drogas ( nem que seja apenas da maconha), pois seu poder crescente se baseia justamente no comércio lucrativo dentro da ilegalidade... Em outras palavras, ironicamente, o ativista da Marcha da Maconha é o principal apoiador e financiador dos maiores inimigos da legalização; A Banda de Reggae que grita "Jah", num show enevoado de fumaça de cannabis, está dando poder aos presidiários que  esquartejam seus inimigos e fazem churrasco humano...


    ... Mas ainda há mais: o dogma básico dos ramos espirituais que utilizam as plantas de Poder é o de que, através dessas plantas, os fiéis acessam "correntes de espíritos de luz", regiões do "plano astral" ou mesmo a intenção humana "imantada" na(s) planta(s) enteógenas durante seu preparo ritualístico. Como me disse uma fonte especialista no assunto: "A que tipo de Astral Trevoso ou corrente negra, se submete uma pessoa que ingere uma planta de poder maltratada por criminosos da pior espécie e banhada das emanações de crime e tristezas de todo o tipo? Só pode ter um efeito espiritualmente mau essa utilização!"



  A promiscuidade entre pseudo espiritualistas viciados em drogas e os criminosos comuns, ainda tem o efeito colateral de corrupção do uso tradicional das Plantas de Poder ( consideradas sagradas por seus legítimos adeptos religiosos). Tal foi o caso da planta Coca, de uso milenar nos altiplanos andinos, mas agora quimicamente tratada para produção da cocaína e do crack, duas grandes desgraças da humanidade. Similarmente, criminosos e devotos corrompidos da religião Jurema estão atualmente em parceria para produção de cristais sintetizados de Dimetiltriptamina, ou DMT, que vem a ser o princípio ativo enteógeno da bebida servida nos cultos. Com isso, ao mesmo tempo que estão violando a constituição divinal ( aos olhos dos adeptos), realizam o malefício de por no mundo outra droga desnaturada, capaz de destruir a sanidade das pessoas e corroer tudo que é bom e belo. Os verdadeiros  religiosos não se articulam com o crime, tampouco agem para degradação da vida social, mas o Mal se disfarça de muitas formas!



    Para quem comunga ou simpatiza com esse tipo de credo, fica a reflexão.




Erick Guerra, O Caçador

terça-feira, 24 de janeiro de 2017

AS NOVIDADES DO FRONT DA INSEGURANÇA PÚBLICA NO RN

AS NOVIDADES DO FRONT DA INSEGURANÇA PÚBLICA NO RN




Por Erick, O Caçador



    Hoje, enquanto escrevo, é noite de 23 de Janeiro de 2017. A Rebelião em Alcaçuz completa 10 dias. Os presos ainda no controle, conforme o admitido pelo Comandante Geral da PMRN, Coronel André Azevedo. Há indícios substanciais de desgaste no relacionamento entre algumas altas autoridades da SESED, pelo que se pode inferir de declarações dadas a imprensa nos últimos dias. Isso pode ser um problema.



    O Governador Robinson Faria está, no momento, ameaçado de morte tanto pelo PCC, como pelo SDCRN. Para o homem que se elegeu almejando o título de "Governador da Segurança", é amargo o momento: ou parte para vencer, ou morre. Agora, terá de ser o que disse que seria, valendo a própria vida. Há meses, o SDCRN roubou o carro oficial do Prefeito de Natal, Carlos Eduardo ( que quando Secretário de Segurança do RN, foi quem construiu Alcaçuz), utilizando-o para assaltar bancos. A Polícia Civil recuperou o veículo, após um combate em que tombaram cinco ou seis bandidos armados de fuzis. Não dá para brincar, é o que quero dizer. Confio que Robinson Faria pensa nisso noite e dia.



     Acharam uma nova cabeça em decomposição lá dentro do Presídio. No entorno da Penitenciária, viaturas do SISPEN, PM, Força Nacional e ITEP, num retrato da reunião de forças públicas presentes. Polícia Civil na área, e até uma viatura do Exército Brasileiro passou pela estrada de acesso. É cerco.



    Várias carretas com os contêineres utilizados para construir o muro de separação entre as Facções atravancando a estrada. Uma equipe de TV gravando cenas para o noticiário noturno. De ontem para hoje, 3 túneis foram achados e uma fuga tentada com cordas feitas de lençóis, por sobre a muralha, foi abortada, com um fujão baleado no braço.



    O Gabinete de Gestão Integrada, após reunião, prometeu uma intervenção para retomada do controle interno de Alcaçuz para o dia 24 ( amanhã, do meu ponto de vista agora). Um reforço de 70 Agentes Penitenciários Federais vai participar da Operação. Uma série de outras medidas serão tomadas em sequência. A rebelião pode estar próxima do fim. Quero crer.



    Mas nenhuma das duas Facções Criminosas quer perder o domínio de Alcaçuz, pois sendo este o maior presídio do Estado, é o maior Posto de Recrutamento e QG das duas organizações. Com uma das agremiações tendo Alcaçuz só para si, o alistamento vitalício no seu próprio Exército do Crime vai dar uma superba vantagem estratégica. Depois de "batizados" nas Facções ( muitas vezes compulsados pela própria falta de controle e abandono a que o Estado relega os apenados dentro das cadeias), os filiados vão ter que pagar mensalidades e obedecer a hierarquia do grupo, sob pena de morte, caso tentem desfiliação - dentro ou fora da cadeia. Quem está "solto", paga mensalidade maior ( a do PCC é mil reais), de forma que o raciocínio é "converter" o preso no interior do Sistema Prisional, para lucrar com sua atividade criminosa quando ele sair. Na liberdade, o filiado terá que ser ativo no tráfico, roubo e assassinatos, para honrar seu compromisso... Isso se quiser viver!



    Não sei se esse tipo de coisa é do conhecimento dos "mutirões Judiciários" que se formaram nos Estados em que os Presidiários se engalfinharam em batalhas... Pois que se orgulham de colaborar para a solução da Crise Penitenciária soltando presos a toque de caixa. Será isso uma boa? Em Manaus, o mutirão liberou 415 só na primeira semana. Na Grande Natal, já são 47.



    E a Sociedade que se vire para absorver essa "ressocialização" instantânea! As Facções esperam que cada um dos "parceiros livres" cumpra o Estatuto que abraçou. No Amazonas, vários vagabundos soltos pelo mutirão foram presos de novo em flagrante delito, em poucos dias... Afinal, precisavam pagar a Facção!



    O fato é que somando os liberados judicialmente, os transferidos, os foragidos, os mortos e os feridos removidos, Alcaçuz está sendo desocupada, de qualquer forma. Já foi interditado para novos internamentos, está em ruínas. Será que o Governador conseguirá atingir a meta a que se propôs, de desativar Alcaçuz? Se conseguir, será uma boa... A menos que isso se faça transferindo para as ruas das cidades a escória concentrada nesse presídio!




    Sobre foragidos: abundam narrativas à boca miúda, no raio de quilômetros ao redor da Penitenciária, sobre fugas e pessoas que ajudam/ajudaram nas fugas. Vi, pessoalmente, duas periguetes suspeitissimas com sacolas repletas de mantimentos, fazendo uma estranha "baldeação" de carros a poucos quilômetros da cadeia. O que não faltam é coitos das Facções na Região! Em torno do Presídio, moradias de famílias de presidiários e "fechamentos" são a explicação logística das centenas de fugas do passado e do presente.



    Mas a rebelião em Alcaçuz não é tudo: a Guerra está nas ruas! Só para ficar na Capital, em diversos pontos de Natal, tiroteios entre os milicianos das Facções aconteceram no Final de semana: aos gritos de "é o quinze!" ( PCC) ou " dezoito, quatorze!" ( Sindicato do RN) as Facções Criminosas se enfrentaram em lugares como as Favelas do Fio, do Mosquito, do Japão; no Bairro do Planalto, morreram 3 ( um deles dirigindo um carro cheio de galões de gasolina); Confronto também na Estação de Trem em Cidade da Esperança. No Passo da Pátria, nem os moradores antigos sabem quem manda, no momento: só obedecem a quem se apresenta e impõe regras, durante a noite... Desobediência é igual a morte.



    As dezenas de atentados terroristas com queima de ônibus, tiros em Delegacias, etc, deram uma pausa. Já é a segunda vez que as Forças Armadas chegam nessa altura da insurreição. No ano passado, os atentados migraram para o interior, a partir desse momento.



    Dados Estatísticos divulgados pelo Instituto Óbvio mostram que a violência homicida no Estado aumentou 44% em 2017, comparado ao mesmo período do ano passado ( que foi recordista histórico de violência). Só em Mossoró, foram 15 homicídios em 23 dias. Já nas unidades prisionais, o aumento foi de 136% e contando... Convenhamos que não é um começo de ano animador!



    Mas vamos à luta, pois o ano só começou...




Erick Guerra, O Caçador                      

domingo, 22 de janeiro de 2017

 RN EM CHAMAS: OS POLÍTICOS POTIGUARES SUMIRAM PORQUÊ?




Por Erick, O Caçador



    Enquanto o Presídio de Alcaçuz virou o palco da novela de maior audiência nas TVs brasileiras, enquanto a Guerra entre as Facções Criminosas torna o RN refém do terror, enquanto a Segurança Pública chega ao fundo do poço ( com salários baixos atrasados e parcelados, estrutura péssima, efetivo insuficiente, nenhum apoio de retaguarda jurídica e, pela somatória dos fatores anteriormente citados, com Operadores totalmente desmotivados, à beira de uma greve) - enquanto tudo isso está acontecendo, uma pergunta retumba em meio às trevas e caos: ONDE ESTÁ A CLASSE POLÍTICA DO RIO GRANDE DO NORTE?



    A resposta é óbvia: está em casas de praia, curtindo o veraneio... Enquanto o Estado explode!


   
    Dos que pediram o voto do eleitorado potiguar prometendo mundos e fundos, onde está a ação efetiva, pronta para socorrer a população do Estado nesse momento de precisão urgente? Estão se escondendo, se esquivando de representar a quem votou em si...  Afinal, devem pensar, "deixa o Governador fritar sozinho". E o povo? Será que um dia pensaram no povo? Será que tiveram qualquer projeto de luta que não fosse em benefício próprio?



    Onde está o espírito público daqueles em que você votou, eleitor feito de trouxa?



    Da bancada federal do Estado, Rodrigo Maia emitiu uma nota curta se predispondo a "ajudar"... E sumiu. A Senadora Fátima Bezerra fez semelhante. Já o Deputado Federal Rogério Marinho limitou-se a criticar a construção de Alcaçuz... Convenhamos: é muito pouco! Os partidos políticos deles são bem diferentes, mas a atitude... Os iguala!



   Do restante dos eleitos, em TODOS OS NÍVEIS e de TODOS OS PARTIDOS, o silêncio grita!



    O Governador Robinson Faria e seu secretariado dir-se-ia, são os únicos representantes do Povo potiguar nessa hora decisiva. Mas que fique claro: não é Robinson Faria que esta abandonado à própria sorte, é a vida da população potiguar, são os rumos futuros do RN que foram desertados por mais essa atitude escroque dos Políticos com relação a seus alegados deveres. O que se espera deles afinal? Já demonstraram um sem-número de vezes, como coletivo, que vivem num mundo à parte... E que são contrários a felicidade e desenvolvimento da massa que os elege. O Brasil inteiro é testemunha disso!



    O que pensar de tudo isso? Vale a pena sustentar um Sistema Político que não representa a busca por resolução das necessidades da população? Vale a pena legitimar, pelo voto, a permanência no Poder de corruptos, venais, covardes e/ou incompetentes?



    É essa a Democracia? Que benefícios traz, afinal?




Por Erick Guerra, O Caçador                      

5 MOTIVOS PELOS QUAIS A REBELIÃO EM ALCAÇUZ DURA TANTO

5 MOTIVOS PELOS QUAIS A REBELIÃO EM ALCAÇUZ DURA TANTO




Por Erick, O Caçador




    Já tendo passado de uma semana de duração, com novidades diárias e ampla cobertura da imprensa, a rebelião no Presídio de Alcaçuz está no páreo para ser a mais duradoura do Brasil. Mas por que essa situação de descontrole prisional está durando tanto? Seguem 5 razões:



   1 - Porque Alcaçuz é a maior Penitenciária do Estado, está superlotada e foi toda destruída, em anos de descaso. Várias análises concordam que deve ser desativada, após esse episódio atual. Mas fica o problema de para onde mandar seus apenados; Questão nada simples, pois as outras Casas de Custódia do Estado já estão superlotadas;



    2 - Porque as sucessivas Leis aprovadas nos últimos anos, restringindo o trabalho da Polícia e baseadas na suposição ridícula de que o criminoso é "vítima da Sociedade", na prática, deixou essa mesma Sociedade ( a NOSSA) sem defesa diante de situações como essa, em que o Uso da Força é necessário, mas há todo um circo montado para aproveitar a situação como forma de fazer valer clichês antipolícia e "denunciar" supostas atrocidades do Governo contra os "seres humanos". Estamos pagando, mais uma vez, o preço por aceitar a hipocrisia do humanismo equivocado que só vê "Direitos Humanos" para os violadores dos Direitos Humanos dos outros. As algemas impostas por essas leis também valem para a Força Nacional e as Forças Armadas, de forma que estas estão na mesma situação legal que as Polícias, em termos de capacidade de resolução ;



    3 - Porque uma intervenção das tropas especializadas da Polícia e do Sistema Prisional, para "por ordem" no interior do Presídio, pode funcionar momentaneamente, mas arrisca criar "incidentes" que serão explorados negativamente pela imprensa e, uma vez que as tropas terão de sair, uma hora, do Presídio em ruínas, bem como como não há mais forma de encarcerar os presos nos pavilhões destruídos... A situação voltaria para estaca zero - tornando essa iniciativa inútil;



    4 - Porque o poderio óbvio das Facções Criminosas e seu domínio dentro do Sistema Prisional Potiguar ( uma dessas Facções domina 28 das 32 cadeias do Estado) cria um problema adicional no remanejamento dos presos de Alcaçuz para outras cadeias, já cheias de problemas: como transferir os rebelados, sem transferir a rebelião?




     5 - Porque o motivo da rebelião é o confronto entre Facções que estão em Guerra nacionalmente, excluindo qualquer possibilidade de um "acordo de paz", entre elas, que cesse a violência e faça voltar a normalidade na Penitenciária. E já vimos anteriormente porque o Estado não tem condições de impor essa mesma "paz".



    Que fique o alerta para as pessoas de bem: a Insegurança só tende a piorar, pois a "solução" que será adotada, na prática, será SOLTAR OS PRESOS, transferindo para sua vizinhança ( já insegura) um adicional de violência. Dessa forma, o Estado sai da berlinda, deixando a Segurança Pública na mão. Abram os olhos!




Por Erick Guerra, O Caçador

DIREITOS HUMANOS EM ALCAÇUZ HOJE

DIREITOS HUMANOS EM ALCAÇUZ HOJE





Por Erick, O Caçador



    Quando se fala em criminosos no Brasil, principalmente os da pior espécie, SEMPRE surge a triste lembrança dos Direitos Humanos. Triste, sim, porque essa importante doutrina  foi totalmente distorcida por advogados membros de Facções Criminosas, Políticos corruptos e estudantes alienados ( geralmente usuários de drogas), a ponto de tornar--se a palhaçada apelidada "Direitos dos Manos", em nosso país.



    Daí que não se ouve falar da atuação de nenhuma "Comissão de Direitos Humanos" em hospitais públicos superlotados e infectos, escolas sem merenda escolar ou no atendimento a famílias vítimas da violência e Insegurança Pública. Coisas do Brasil: se leva a sério quem defende os Direitos Humanos dos violadores dos Direitos Humanos - e apenas desses! Essas tais Comissões só se prestam a defender bandidos!



    Isso em parte se explica pelo alcance do Poder financeiro das Facções Criminosas, que pagam regiamente a esses "militantes", como ficou recentemente provado em São Paulo, onde foi presa uma quadrilha de "Direitos dos Manos" composta de mais de 40 advogados, incluindo o Vice-Presidente dos Direitos Humanos no Estado. Entre  crimes diversos, estava o de passar a seus comparsas de Facção ( o PCC) dados pessoais de Agentes Penitenciários - para que fossem ( os AgPens e/ou suas famílias) atacados covardemente.



    No entanto, curiosamente, os "Direitos dos Manos" não apareceram em Alcaçuz para apartar a briga dos seres humanos que lhes interessam... Certamente, aparecerão na hora das indenizações aos presidiários mortos - se é que me faço entender...



    Pois não serei eu que irei tratar dos Direitos Humanos de uma escória que regrediu ao nível de bestas selvagens: uma horda capaz de esquartejamentos e churrascos de carne humana, que queima os colchões onde descansam, que defeca e urina em sua própria comida e destrói os telhados que lhes protege das intempéries... Esses, já tem quem lhes defenda!



    Quero tratar aqui dos Direitos Humanos dos Heróis da Polícia e do Sistema Prisional, que estão em situação de salários baixos e atrasados, condições insalubres de trabalho e stress gerador de doenças.



    Saibam todos que lêem estas linhas que, enquanto escrevo, há policiais tirando serviço nas guaritas e muralhas de Alcaçuz, sem proteção adequada contra a chuva torrencial que cai sem parar, completamente ensopados. Essa denúncia, feita no instagram pelo Sgt Heronides, é séria. Afinal, se aos presos fosse ordenado que ficassem na chuva, o que diria a opinião pública?



   A Escala de Serviço da PM, na Região Metropolitana de Natal, deu uma "arrochada" ( menos horas de folga e mais horas de trabalho), por ordem do Comandante Geral da PMRN, dentro de suas atribuições legais e em resposta à grave situação de Terror na capital. Está correto. Porém, que fique registrado o drama social dos Praças, militares praticamente compelidos a fazer "bicos" para completar sua baixa remuneração como policiais, agora prejudicados em sua renda extra, justamente enquanto o Estado lhes atrasa o salário! O certo seria que o salário pago a um Policial fosse o suficiente para sustento digno, de forma que não fosse obrigado ele a trabalhar nas horas que seriam de seu descanso, para  mantença de sua família. Isso, seria o lógico, mas tal não se dá... E é exatamente nesses "bicos" de Segurança Privada em que são assassinados a grande maioria dos Policiais mortos por vagabundos no RN. Triste realidade: ao serem convocados para salvar a Sociedade, nessa emergência, suas famílias passarão necessidades, como efeito colateral.



    Dentre os Agentes Penitenciários, há profissionais que estão praticamente sem descanso, desde que começou essa crise. A pressão é enorme, numa categoria em que abundam os casos de afastamento para tratamento de saúde e psiquiátricos, decorrentes de stress do trabalho. Imagine o leitor o que é ficar 24 horas confinado em presídios decrépitos, imundos, sempre em grande inferioridade numérica, junto com a massa degenerada da Sociedade, dos condenados, dos Membros das Facções Criminosas em Guerra... Se relaxar por um momento, pode ser você o esquartejado a estrelar vídeos tétricos compartilhados nas redes sociais... Quem haveria de querer um serviço desses? Quem gostaria de ter um familiar seu nessa profissão? Pois esses verdadeiros seres humanos existem e estão esquecidos, guardando as sucursais do inferno. São heróis! Merecem a dignidade de tratamento à altura de seu sacrifício?



    Todos os Operadores de Segurança Pública ora engajados em Alcaçuz tem recebido sua alimentação na forma de "quentinhas" dadas pelo Estado. Acontece que sobejam queixas sobre a qualidade dessas refeições ( essa reclamação é muito antiga), de forma que se prefere comer dos pratos confeccionados pelos próprios presos, na cozinha da penitenciária. Tais presos cozinheiros e taifeiros, que se diga a verdade, pelo bom comportamento são considerados "de confiança". Mas, dadas as circunstâncias, a quem seria recomendável comer das refeições preparadas por apenados, num presídio rebelado?



    Outra situação humanitária envolvendo a Penitenciária de Alcaçuz: durante esses dias, está se formando uma espécie de Favela na frente e nos fundos do Presídio. Familiares de apenados, principalmente mães e esposas ( muitas vezes filiadas também a facções criminosas), estão em instalações precárias - acampados por lá! Dormem pelas calçadas, fazem necessidades fisiológicas pelos matos, carecem de alimentação e higiene. Sim, há crianças no meio...



    Esses familiares de detentos das diferentes facções se hostilizam e se ameaçam, na parte externa do Presídio, reproduzindo um eco da situação interna do prédio. Sim, já houve vias de fato e tentativa de homicídio por arma branca ( faca), bem como tumultos ( inclusive de tipo "protesto") e até uma queima de barricada feita de entulhos! Uma bagunça MESMO.



    É até uma questão de Segurança Pública remover esse povo do local, pois que vive em ligações telefônicas com os rebelados e, evidentemente, servem de Correios a seus parentes. Também não é difícil que arremessem armas, munição, telefones celulares e baterias carregadas por sobre a muralha - abastecendo sua "Facção Amiga" com meios de combater. São os seres humanos que apóiam os outros seres humanos que lá estão por condenação judicial de seus atos abomináveis - é preciso lembrar disso.



    Como se vê, a seara dos Direitos Humanos tem bastante assunto a tratar nessa Crise Penitenciária, se for o tema conduzido por gente séria. Cadê os órgãos de Direitos Humanos?




Por Erick Guerra, O Caçador

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

“MASSACRE” EM ALCAÇUZ/RN: MISTÉRIOS E VERDADES OCULTAS

“MASSACRE” EM ALCAÇUZ/RN: MISTÉRIOS E VERDADES OCULTAS




Por Erick, O Caçador



    1- O CENÁRIO:

   

    Facções Criminosas tomam o Brasil inteiro, fazendo as estatísticas criminais saltarem mais de 300% em 20 anos. O Brasil se torna o segundo maior mercado mundial consumidor de drogas e gigantesco exportador dessa “mercadoria”  para EUA, Europa e África. Os dois grupos maiores, denominados Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV) acabam se enfrentando pelo controle das duas principais rotas de entrada de drogas e armas no país, situadas na Tríplice Fronteira (Brasil, Paraguai e Argentina) e na “Rota do Solimões”, fronteira entre Brasil, Colômbia e Peru. O PCC é gigantesco, uma multinacional do crime, e quer hegemonia total no território nacional. Já o CV é menor, mas fez uma política de alianças com diversas facções de nível local, por todo Brasil. A guerra explode franca a nível nacional.




    Com média de 60.000 homicídios/ano sendo considerada “normalidade” e muita enganação veiculada pela grande imprensa (paga pelo governo), a negação dos combates diários entre facções chega a níveis absurdos. O próprio Ministro da Justiça do Brasil, Alexandre Moraes, chega a negar publicamente a existência dessa Guerra Interna. Os Governos Estaduais dizem “estar no controle” da Segurança Pública, em franca contradição com a violência óbvia. Enquanto as dezenas de milhares de mortes e os combates de tipo “escaramuça” estavam difusos num território continental, o esforço era varrer a situação “para baixo do tapete”. Toda a mascaração cai por terra, no entanto, quando uma sucessão de batalhas selvagens entre facções produz centenas de mortos e fugas em massa, nas diferentes regiões do Brasil, em poucos dias, dentro do sistema prisional. Aí, não deu mais para esconder a fraqueza do Estado, nem a Força do Crime. O Mundo inteiro fica sabendo que o controle do sistema prisional, bem como das cidades brasileiras, é exercido não pelo aparato do Estado, como seria de se esperar, mas por uma miríade de Forças Paramilitares que transformaram, de fato, os legítimos detentores das armas nacionais (Forças Armadas e Polícias) em “exércitos paralelos”. Uma realidade chocante, exposta na imprensa internacional, rasga toda teia de mentiras… Surge a interpretação de que o Brasil tem quatro poderes que lhe governam: Executivo, Legislativo, Judiciário e Presidiário – sendo este último independente e beneficiado pelos outros três! A bem da verdade, essa “novidade” não chega a ser incompatível com a imagem do Brasil como dominado pela corrupção e pelo crime organizado em partidos políticos. As Histórias se batem.



    No Rio Grande do Norte, o PCC enfrenta a coalizão CV/Sindicato do Crime do RN (SDCRN), faz tempo. Assassinatos e fugas em presídios são assunto cotidiano há anos. Enfrentamento de facções nos bairros das maiores cidades do Estado, nenhum cidadão negaria, haja vista a alta audiência de programas policiais na televisão. As “novidades” da Guerra do Tráfico são comentadas com naturalidade, na hora do almoço. O SDCRN domina 28 das 32 cadeias do Estado, chegou a declarar guerra ao governo estadual (em julho de 2016), e realizou uma campanha de ataques terroristas, justamente quando os olhos do mundo estavam nas Olimpíadas do Brasil – isso rodou o Mundo. No RN, ninguém nunca aceitou a mentira de controle governamental sobre o crime, tampouco a da inexistência de uma Guerra Civil disfarçada.



    Então, não chegou a ser uma grande surpresa quando o PCC e a coalizão CV/  SDCRN/ OKAIDA (facção paraibana) entraram em batalha mortal, dia 14/01/2017, dentro do Presídio de Segurança Máxima (!) de Alcaçuz, construído sobre dunas de areia (!), apelidado “Queijo Suíço” (em razão da rede intrincada de túneis existente em seu subsolo, cavados pelos “tatus” de todas as facções). Mas é justamente aí que começa uma seara de mistérios e verdades ocultas.



    2- MISTÉRIOS E TEORIAS DA CONSPIRAÇÃO:



    Depois de grande espera ansiosa por parte da população, o Governo do Estado divulga os primeiros números e fatos oficiais sobre a “rebelião”, que a imprensa chama “massacre” (na verdade, foi uma batalha ou combate de tipo “escaramuça”, pois dois grupos armados beligerantes se enfrentaram): Houve apenas um foragido (imediatamente recapturado), nove feridos (inclusive por arma de fogo), 26 mortos e tudo já estava sob controle.



   Nos dois dias seguintes, aparecem mais três foragidos recapturados. Um deles é encontrado armado pelas ruas de Natal e se declara em missão de matar membros da facção rival. Os dois outros caem na Paraíba, se dizem membros do PCC e dão testemunho de que morreram “mais de cem” membros do SDCRN no confronto do dia 15. Pior: tiroteios e assassinatos acontecem em diversos pontos da Grande Natal (inclusive a chacina de quatro jovens, supostamente criminosos, no Município de Ceará-Mirim), ocorrem fugas e inícios de rebeliões em outras unidades do sistema prisional potiguar e, no Presídio de Alcaçuz, a televisão mostra ao vivo que os presos estão no domínio da cadeia inteira - com bandeiras, armas brancas, escudos e barricadas, se hostilizando mutuamente, como fosse um “reality show” de retorno às batalhas medievais. O detalhe é que isso ocorre quase ao mesmo tempo em que o Governador Robinson Faria explica a vários telejornalistas, em rede nacional e direto de Brasília, que “está tudo sob controle”.




    As primeiras declarações oficiais do Governo Estadual, obviamente, não correspondem à realidade dos fatos, com relação ao número de foragidos e ao “controle da situação” dentro e fora dos presídios. Nisso, acabou o mistério. E quanto ao número de mortos? Abundam teorias da conspiração! Quase ninguém acredita nos números oficiais, e não faltam indícios de que estes podem ter apresentado um quadro “amaciado” da verdade, para fins de evitar repercussões políticas… O fato é que o próprio Governo Estadual alugou um enorme caminhão frigorífico para conservar os presidiários defuntos, chamou equipes de perícia da Paraíba e Ceará, além de admitir que “há possibilidade de ser maior o número de mortos, pois pode haver corpos em fossas e túneis”. Duzentos sacos mortuários foram levados até Alcaçuz, pelo ITEP/RN. Foram só 26 mortos?



    Lembrando que durante os conflitos em presídios do Norte do País, houve da parte das autoridades, tentativas de minimizar os fatos, mentiras quanto ao número de fugitivos e envolvimento de facções criminosas e, até, informações contraditórias dadas entre o Ministro da Justiça e Governo Estadual. Ficou visível a tentativa de esconder os fatos e alegar “imprevisibilidade”. Esse espetáculo de teatro por parte das autoridades “competentes” explica, em parte, o seu descrédito. A população não é tão idiota de acreditar que líderes do Executivo como o Presidente da República e os Governadores da Federação desconhecem o caos da Segurança Pública, a ponto de ficarem “chocados” com  membros de facções se matando. Afinal, isso está todos os dias nas TVs de todo o Brasil, em plena hora do almoço, nos noticiários populares de polícia… As autoridades insistem em se defender alegando a superlotação das cadeias (que é real), mas omitindo a falta de investimentos suficientes na Segurança Pública, o abandono do Sistema Prisional e a morosidade, ineficiência e inacessibilidade de um Judiciário de altíssimo custo aos cofres públicos.



    A “solução” que estas mesmas autoridades estão apresentando se resumem a paliativos insuficientes (como a construção de cinco presídios federais), medidas boas que dificilmente sairão do papel (como a implantação de dezenas de Núcleos de Inteligência Policial) e UMA SÉRIE DE AÇÕES PARA SOLTAR CRIMINOSOS NAS RUAS E EVITAR SUA PRISÃO (com a lógica omitida de que, se a barbárie for nas ruas, a culpa é da Sociedade e, não, do Estado). Nisso, são as tais autoridades apoiadas pela grande imprensa, paga com “verbas de publicidade” de centenas de milhões de reais, que exaltam AUDIÊNCIAS DE CUSTÓDIA que liberam em média 50% dos presos em flagrante onde são implantadas, inclusive ladrões pegos armados, homicidas e traficantes. A ideologia que eles querem inculcar em todos é a de que “no Brasil, se prende muito e se prende mal”… Isso é, obviamente é uma enorme balela, pois vemos que uma série de corruptos da Operação Lava-Jato sequer foram presos, bem como há psicopatas com alvará de soltura por aí, respondendo em liberdade dada por um Juiz, a três ou quatro crimes – e praticando outros!




    3- VERDADES OCULTAS



    A primeira verdade oculta dessa situação é o heroísmo dos Agentes Penitenciários, submetidos a um cotidiano de trabalho em ambiente péssimo (estrutura em ruínas, com esgotos a céu aberto, risco de vida constante, etc), tendo que custear uniformes e equipamentos do próprio bolso, com salários pagos  atrasados há meses (no Estado do RN) e total falta de reconhecimento por parte de uma Sociedade de valores invertidos. Esses são os homens e mulheres que guardam 24 horas por dia os portões do Inferno, o Sheol onde ficam punidos os demônios encarnados na Terra, os condenados pela Justiça dos homens. No dia 15 de janeiro, por exemplo, a Guarda de Alcaçuz, que inclui PMs, entrou em confrontos que virarão lendas da instituição, pelos anos vindouros: UM PUNHADO DE HERÓIS lutando para conter uma horda assassina enfurecida que lhes superava em número CENTENAS DE VEZES! Venceram, mas sua grande vitória ficou ofuscada pelo escândalo da realidade sobre esse conflito de Facções Criminosas. Como os Policiais Militares e Civis que venceram o ataque em massa do SDCRN ao povo do Rio Grande do Norte na metade de 2016, eles continuarão na mesma, depois que mais essa situação passar. Aliás, os Agentes Penitenciários também são heróis daquela campanha passada. A essa hora, estão atentos como cérberos, guardando as cavernas dos Hades Prisionais. Especial elogio ao Grupo de Operações Especiais do Sistema Prisional do RN – o GOE – a tropa de elite mais desconhecida da população, ao mesmo tempo que é a mais respeitada pelos marginais encarcerados do Estado. Esses, não tem vida pessoal, vivem para “apagar os incêndios” desse sistema prisional falido e repleto de perigos.



    Outra verdade oculta é que a mitologia criada em torno de tropas federais, como a Força Nacional e o próprio Exército Brasileiro em Operações de Segurança, não passa de uma “munganga” para iludir os incautos. Senão vejamos: o que uma ou duas centenas de homens, mesmo que sejam “Rambos”, vão fazer, que milhares de Policiais Civis e Militares dos próprios Estados não fariam? Eles vão matar os bandidos (solução final) ? Vão entrar com “apoio especial jurídico” e “leis de excessão”, tipo “carta branca”? Terão tecnologias novas e desconhecidas a seu dispor, a ponto de serem simplesmente “os deuses em meio a tribos primitivas”? Não? Se são só um reforço de tropas, significam apenas isso. Duzentos homens da Força nacional em Manaus não vão acabar com a Rota do Solimões; Tampouco 150 deles serão suficientes, sequer, para montar uma segurança de verdade no entorno das unidades prisionais do Estado do RN. Na Campanha de 2016, contra o SDCRN no Rio Grande do Norte, os militares da Marinha e do Exército patrulharam em Natal, mas foram louvados como os que “resolveram o conflito” no Estado inteiro. Pura mentira! Não resolveram nada - essa é que a verdade. Os Heróis das Forças Estaduais - as Polícias e Agentes do Sistema Prisional, além de não serem reconhecidos, ganharam agravamento nos atrasos de salários de lambujem. A maior prova de que as Forças Estaduais são eficientes é que os Presídios estão superlotados… Quem prendeu essa corja toda, senão esses heróis da vida real? Mas para não ser injusto, qualquer ajuda deve ser aceita com gratidão. Só vamos por os pingos no iiis, pois a verdade tem que ser dita!



   Mais uma verdade oculta é que o Sistema prisional do RN foi quase completamente destruído numa série de rebeliões em 2015 (e ninguém foi punido por isso), reformado ao custo de sete milhões de reais e, simplesmente, destruído de novo ( ainda sem punição dos amotinados). Por esse período, contrariando a Lei de Execuções Penais, mas tendo por vista “acalmar os presos” e “evitar mortes”, iniciou-se o costume de separá-los, não por tipo de crime e periculosidade, mas por facções… Isso é claro, só beneficiou as organizações criminosas, que tiveram um salto qualitativo em sua administração e gerenciamento. Tiveram também uma mudança estrutural em sua cultura interna, que passou a ter nuances de inconsciente coletivo, como numa gangue de torcida de futebol, uma massa que se primitiviza e se torna violentamente selvagem, demonstrando poder através de atos de crueldade crescente, tornando-se o tipo de horda que estamos vendo. Vale também ressaltar que, entre 2008 e 2016, 24 milhões de reais de fundos federais destinados para a construção de novos presídios no RN, foram depositados no cofres estaduais e foram devolvidos, simplesmente porque O ESTADO NÃO CONSEGUIU EXECUTAR OS PROJETOS! Essa incompetência criminosa é a razão por trás da falta de vagas no Sistema Prisional, com consequente superlotação.




    Um grande percentual de presos no sistema é composto por presos provisórios, isto é, presos que aguardam sentença definitiva. Fica a pergunta: esse Poder Judiciário de bons e, até, exorbitantes salários, pagos em dia, de estrutura excelente e moderna, com R$ 500.000.000,00 em caixa (de “poupança”) - num Estado em alegadas dificuldades financeiras, funcionalismo que ganha pouco e atrasado, com péssimas estruturas em sua maioria de órgãos – em suma, essa ilha de excelência não está cumprindo seu papel por quê? Mas… há outra pergunta: os órgão fiscalizadores desse mesmo Judiciário estavam onde, enquanto o Sistema Prisional se transformava em ruínas e gambiarras? Seria demais fazer uma terceira pergunta? Farei: por que motivo a “colaboração” do Poder Judiciário com a Segurança Pública e o Sistema Prisional tem dado a aparência de soltura em larga escala de criminosos? Cito em especial as audiências de custódia (criação do Conselho Nacional de Justiça) e as progressões de regime a toque de caixa, que são o terror da população que presta queixa dos bandidos, em delegacias. Essas iniciativas de “direitos e garantias individuais legais” são a causa da Lei do Silêncio nas comunidades, pois o criminoso SEMPRE CUMPRE a ameaça de matar “quem lhe entregou”, enquanto a Justiça nem sempre cumpre a promessa de punir os violadores das leis… A Lei do Silêncio é a principal Lei em cumprimento no Brasil, atualmente!



    Segundo relatório do Humans Right Watching, ONG internacional de Direitos Humanos, entre 2004 e 2014, a população carcerária do Brasil aumentou 85%, superando em 67% a capacidade dos presídios e chegando a 620.000 indivíduos. Esse mesmo período, coincidente com a gestão do Partido dos Trabalhadores (PT) na Presidência da República, é notabilizado por uma enxurrada de Leis que dificultaram bastante o trabalho das polícias e beneficiaram sobejamente criminosos. Não por um acaso, o governo PT foi classificado pelo Ministério Público Federal como “propinocracia”, e apontado como a maior rede de corrupção da História do País. Também é nesse período que as fronteiras nacionais foram desguarnecidas, favorecendo o contrabando e tráfico de armas e drogas - justamente o negócio das Facções e o motivo da Guerra entre elas. É claro que há relação entre os assuntos! O que quero dizer é que, mesmo com todas as facilidades para a impunidade, se o banditismo punido - essa exceção - cresceu tanto… É porque o desastre é realmente maior do que as avaliações mais pessimistas supõe! Também alerto: a tal “crise” do Sistema Prisional também é consequência da Eleição de corruptos e incompetentes ao Poder, através do voto.




    A verdade é que as Facções Criminosas ainda não foram combatidas à altura, com destruição de suas estruturas financeiras, monitoramento eficiente de inteligência policial, combate a seu aliados estrangeiros, destruição de sua psique coletiva (ou “espírito de corpo”), aplicação de penas judiciais exemplares e engajamento da população como forma de acabar com seu negócio de venda de drogas a varejo. Os Governos, tanto a nível Federal como Estaduais, devem encarar de frente a realidade de que estão sendo fragorosamente derrotados. Se quiserem vencer, devem ter uma atitude muito diferente! Enquanto predominarem as mugangas e “soluções” de soltar presos, enquanto as Polícias ficarem sós, os Agentes Prisionais esquecidos e o Judiciário “em berço esplêndido”, as Facções só crescerão.



Erick Guerra, O Caçador

terça-feira, 17 de janeiro de 2017

O BRASIL SOB DOMÍNIO DAS FACÇÕES CRIMINOSAS

O BRASIL SOB DOMÍNIO DAS FACÇÕES CRIMINOSAS 



Por Erick, O Caçador



    É madrugada nas ruas de uma cidade brasileira qualquer. Um casal de jovens de boa aparência leva um "baculejo" da Polícia Militar. A jovem, indignada por estar sendo submetida a revista pessoal pela guarnição pesadamente armada, dispara: "Vocês deveriam estar indo atrás de bandidos e, não, incomodando gente de bem, saindo de festas!" Ninguém responde e a revista continua, profissionalmente. No bolso do seu namorado, é encontrada uma quantidade de maconha. O casal é conduzido à Delegacia de Plantão mais próxima, para o devido procedimento legal. No caminho, o jovem, estudante de direito, desabafa: "É tanta frescura, só por causa de uma planta!" Ao que recebe a explicação de que a Polícia está simplesmente cumprindo as leis e fazendo seu papel. Já na Delegacia, a namorada, após ligar para Deus e o mundo, insiste para que o Delegado "releve o caso" e não faça a autuação legal cabível. Seu argumento: "tanta gente perigosa por aí matando e roubando... O Senhor acha justo sujar uma pessoa de bem, só por causa de uma planta medicinal? Deviam legalizar a maconha!" Ela está sob efeito de álcool e cannabis. A Polícia Civil cumpre o seu dever e faz o procedimento correto. O estudante de direito diz: "Não mereço passar por isso... Nem matei, nem roubei..."



    Essa é uma situação que acontece corriqueiramente no nosso país: usuários de drogas que, em última análise, financiam todo o poderio das Facções Criminosas, alegam de tudo para distorcer a realidade nua e crua de que seu vício patrocina assassinatos, destruição de famílias e corrupção. Exigem impunidade pois, a se crer no que dizem, "tem gente fazendo pior"... Sem revelar, no entanto, que bancam estes "que fazem pior". Mais que isso: são ingênuos o suficiente para defender que o Estado erra ao não legalizar a maconha, esquecendo que são escravos do vício... E que os traficantes de quem compram drogas ilícitas estão organizados em empresas do crime bilionárias e influentes - metidas inclusive na corrupção dos três Poderes da República -  e também que essas empresas ( as Facções Criminosas) NÃO VÃO PERMITIR uma tal legalização. Agem como marionetes, sem perceber, criticando a Polícia e ajudando o submundo do crime.



    Há outro ponto em que costumam errar... O problema não está apenas em uma planta, mas no que se faz com duas plantas: a maconha e a coca ( da qual se fabrica a cocaína e o crack). Mais ainda, fingem ignorância de tudo de ruim que acontece até que essas plantas ( ou seus derivados) lhe cheguem às mãos, e se omitem consciencialmente do estrago pessoal e social que continua depois. Com efeito, esquecem que Facções Criminosas não vendem "plantas medicinais" a doentes e, sim, "fuga da realidade" e "vício" para atraso da vida das pessoas que, chapadas, muitas vezes perdem o rumo para sempre. A questão está longe de ser um tipo de "preconceito botânico", evidentemente! Um quilo de droga traficada ilegalmente não é apenas "um quilo de tal substância"... É um vórtice de sangue, miséria humana, degradação, de crime e da presença da malignidade - um exemplo de como o lado negro da humanidade pode desvirtuar a natureza pura ( as plantas, em si), para criar o inferno. O usuário é um servo disso, na realidade.



    Explique tudo isso a um viciado ( com certeza, muitos lerão este artigo), e terá a seguinte resposta: " OK, mas não é por causa disso que eu vou parar." Natural isso, pois ele não tem escolha, está dominado na mente e organicamente pelo vício - mesmo que não aceite tal fato - e vai defender o "direito" de se drogar até o final. A quantidade de pessoas desse tipo está aumentando exponencialmente no Brasil,  ( o 2° maior mercado consumidor de drogas do mundo). É uma catástrofe, pois justamente essa massa entorpecida faz o motor turbinado que impulsiona as Facções Criminosas, se submetendo ao tráfico como animais adestrados - É a armadilha dos aliciadores pelo vício.


    Em 1993, no Presídio de Taubaté/SP foi criado o Partido do Crime, depois renomeado como Primeiro Comando da Capital ( PCC). Em tese, seus objetivos seriam "defender os irmãos da opressão" e "vingar os mortos do Carandiru" ( se referindo à rebelião de 1992, em que 111 presidiários foram passados pelas armas, após terem jogado uma pia na cabeça do Comandante do BPChoque da PM, desmaiando-o). Na prática, os objetivos do PCC tem sido ganhar dinheiro e poder.



    O PCC seguiu uma linha de expansão agressiva e constante, dominando o Crime no Estado de São Paulo e expandindo-se por todo o Brasil. Atualmente, é uma multinacional do crime, com presença em vários outros países da América do Sul.



    Antes do PCC, já havia o Comando Vermelho e outras Facções que se  opunham ao CV no Rio de Janeiro, mas estas ficavam restritas, em seus negócios, ao território fluminense. O PCC, em sua expansão nacional, acabou mostrando o filão do controle "em moldes empresariais" de outros mercados, tanto aos vagabundos cariocas, quanto aos criminosos locais - que eram "batizados" na Facção, aumentando seu poderio. Acontece que nem toda a bandidagem dos outros Estados aceitou o predomínio de "caras de fora" no seu chão natal, o que ensejou a criação de diversas Facções locais, resistindo e competindo com o PCC.



    Lembrando que o ponto de força dessas Facções é o domínio dos presídios ( onde há natural reunião da escória, facilidade de recrutamento, doutrinação e criação de um "espírito de corpo", etc), obviamente a rivalidade começou dentro do próprio sistema penitenciário e foi às ruas, gerando uma teia de conflitos que causou centenas de milhares de assassinatos, nas últimas décadas. Essa é a razão do aumento gigantesco de todas as estatísticas criminais brasileiras nos últimos tempos, ajudada pela impunidade e incompetência na gestão pública do combate ao crime.



    Atualmente, a qualquer um que entre condenado numa cadeia brasileira, ficará a opção de permanecer abandonado e só por lá ( sem cuidados quaisquer do Estado e à mercê das situações de violência entre os próprios presos), ou se filiar a um dos Sindicatos do Crime, ganhando proteção e acolhimento, além de acesso à regalias - incluindo drogas, mulheres, bebidas, advogados, etc. Com um detalhe: o associado tem de obedecer a hierarquia da Facção pelo resto da vida. A tentativa de sair pode ser vista como traição... E quem trai, recebe a pena de morte.



    A população carcerária brasileira ( a quarta maior do mundo) é, em sua grande maioria, dominada pelo poder da Facções Criminosas de forma rígida e sem sutilezas. É a armadilha criada pela entrada na vida do crime, que nesse estágio fica sem volta.



    Após seu "batizado", o criminoso filiado vai ter que "trabalhar" para manter a Facção, principalmente quando estiver em liberdade. Só para se ter idéia, a mensalidade de um membro "solto" do PCC é de mil reais mensais. E sim, esse dinheiro é conseguido com tráfico de armas e drogas, roubos, sequestros, etc. Está explicado aí o aumento da ousadia dos criminosos e o incremento das estatísticas de violência no Brasil inteiro.



    De todos os negócios tortos, o tráfico de drogas é, de longe, a principal fonte de renda dessas organizações, daí que é fundamental manter uma rede de vendas de varejo a todo vapor. Maconha, Cocaína e Crack são os principais produtos oferecidos. A boca de fumo é o maior esteio das Facções Criminosas que, sem ter uma cadeia de pontos de venda rentáveis, simplesmente pode falir.



    É nesse ponto que entra o casal do início do artigo. E é por isso que as facções criminosas não estão interessadas em "legalize marijuana" ou em "liberação do plantio em casa"... E, claro, serão capazes de matar, subornar autoridades de todos os níveis e comprar leis, para conseguir o que querem. Aliás, as Facções podem eleger seus representantes políticos no Executivo e Legislativo. Já o fazem, por sinal.



    No Estado do Amazonas, inquéritos da Polícia Federal e do Ministério Público Federal versam sobre o envolvimento de membros do Judiciário com Facções Criminosas, sendo uma Desembargadora afastada. Três Deputados de uma mesma família ( Souza), sendo um deles ex-Deputado Federal e hoje Presidente da Junta comercial do Estado, foram apontados como lideranças do Tráfico. O Governador atual do Estado teria sido reeleito com apoio da Facção Família do Norte ( FDN), conforme revelam interceptações telefônicas da Polícia Federal divulgadas na imprensa.



    No Ceará, as Facções se uniram, com direito a passeata nas ruas e financiaram vários candidatos a vereador e prefeito em certo número de cidades, nas eleições de 2016. Tais fatos tiveram divulgação ampla.



    Ainda nas eleições municipais de 2016, cerca de dez candidatos a vereador foram assassinados na Baixada Fluminense (RJ). Essas mortes foram atribuídas a um expurgo feito por Facções Criminosas, visando eleger seus próprios candidatos.



    Esses são exemplos do que está em andamento no Brasil, em termos de Dominação total da República pelo Crime Organizado em Facções do Tráfico.



    Não podemos deixar de comentar o fato de que investigações como a Operação Lava-Jato deixaram claro que os partidos políticos tradicionais são, no Brasil, verdadeiras agremiações de colarinhos-brancos. O Crime há muito já havia se organizado em partidos políticos e se consorciado com grandes empresas para  fins de corrupção e perpetuação no Poder de forma criminosa. Tendo isso em mente, fica difícil não conceber uma aliança provável entre Partidos Políticos corruptos e Facções Criminosas prisionais.



    Afinal de contas, uma enxurrada de Leis favorecendo bandidos aconteceu, nos últimos tempos... Tem uma turma de "Direitos Humanos" no cenário Politico brasileiro que só enxerga humanidade em bandidos, ao que parece! O PSOL, por exemplo, faz trabalhos de doutrinação marxista em presídios ( o que, afinal, lembra muito a origem do Comando Vermelho). As ligações PT/MST/FARC são amplamente conhecidas; mas menos conhecidas são as conexões FARC/ FDN/CV. Mas que fique bem claro: essas ligações entre Partidos Políticos e Facções não se restringem aos partidos ditos "de esquerda". Nos casos citados do Amazonas, Ceará e Rio de Janeiro, há outras agremiações partidárias.



    O Jornalista Roberto Cabrini perguntou a Fernandinho Beira-Mar ( líder do Comando Vermelho): "Qual a modalidade de crime que dá mais lucro, no Brasil?" Ao que Beira-Mar respondeu:"É a política". Isso diz o suficiente, não?



    É o Brasil sob domínio das Facções Criminosas?




Erick Guerra, O Caçador

domingo, 8 de janeiro de 2017

COMO FUNCIONA E PROSPERA UMA FACÇÃO CRIMINOSA


COMO FUNCIONA E PROSPERA UMA FACÇÃO CRIMINOSA


Por Erick, O Caçador



    Atualmente, o crime organizado no modelo de Sindicato, conhecido comumente como Facção Criminosa, está alastrado por todo o país e é um exemplo de sucesso em gestão empresarial e política no Brasil - Nação onde a crise está em tudo, menos no crime e corrupção. Essa verdade, aparentemente proibida, porque não comentada, salta aos olhos mesmo numa análise superficial da conjuntura - mas a idéia aqui é aprofundar um tanto e trazer à tona alguns fatos relevantes.



    A origem desse modelo de organização criminosa está em fins dos anos 70, quando os guerrilheiros e terroristas de Esquerda presos na Penitenciária de Ilha Grande/RJ se uniram aos criminosos que lá já estavam e fundaram o Comando Vermelho, facção que se destacou e cresceu rapidamente porque utilizou táticas e técnicas de luta armada aprendidas em campos de treinamento de Cuba e da União Soviética, junto com um "discurso social" que vendia a imagem do criminoso como se fosse um "oprimido", " vítima do sistema" e, à seu modo, um revolucionário do tipo "Robin Hood". Outra inovação foi a implantação do modelo de gestão burocrática baseado na estrutura dos Sindicatos de Trabalhadores, tipo de agremiação bem conhecido pelos criminosos de Esquerda. O Comando Vermelho foi fundado com um estatuto, cadeia hierárquica definida em cargos, previsão de mensalidades e assistência social aos membros e familiares - igualzinho a qualquer Sindicato.



    O sucesso do Comando Vermelho foi o exemplo copiado pelas demais facções - inclusive as que se estruturaram para combatê-lo.



    Temos que entender que a dinâmica de funcionamento desse negócio é a mesma da competição empresarial Capitalista - afinal, Facções são empresas capitalistas que negociam com tráfico de drogas, assaltos à bancos, roubos e furtos, etc. Os assassinatos são medidas para disciplina, cobrança de dívidas, tomada de territórios e defesa dos próprios membros e negócios da facção. O objetivo é o lucro e o Poder crescente, num ambiente de competitividade.




    A corrupção de funcionários públicos é condição básica de sobrevivência, pois sem a participação de criminosos ( corruptos) DENTRO das Polícias, Sistema Prisional e do Judiciário, uma facção estiola rapidamente. Advogados também cumprem diversos papéis no organograma das Facções Criminosas: além da função de defensor jurídico ( o que seria o normal), advogados membros de Facção são utilizados como mensageiros, "mulas" para entradas de objetos proibidos nos presídios, organizadores de agremiações de "Direitos Humanos" (que agem como defensoras políticas dos criminosos) e ainda como "fachada respeitosa" em negociações e "mediações" durante rebeliões, entre outras funções. A impunidade é obtida com o concurso desses agentes.



    O crescimento do poderio de uma Facção Criminosa depende também da política interna de pessoal que, ao mesmo tempo que estimula novas filiações, mantém rígida disciplina que inclui castigos físicos como tortura e mutilações, ou simplesmente a pena de morte. Essa "disciplina" é imposta igualmente aos moradores das comunidades dominadas pela Facção e aos inimigos ( facções rivais e Polícia).



    É importante compreender que a principal atividade das Facções Criminosas  é o tráfico de drogas, negócio que tem uma logística própria e depende, para seu sucesso, de uma estratégia de vendas a varejo em pontos bem localizados e protegidos ( bocas de fumo); A melhor forma de garantir o sossego desse comércio é dominar pela força a área circunvizinha toda. Desse domínio territorial surgem as contingências de ter uma atuação de imposição de Leis e da fiscalização de seu estrito cumprimento, da mediação de conflitos corriqueiros entre os moradores e de cativar o apoio da população com um discurso de "ódio ao sistema", "parceria" e "assistência social". A cooptação da infância e adolescência para o serviço no crime é grande vantagem para os negócios, pois a quase impunidade do menor delinqüente ( no Sistema Jurídico Brasileiro) e sua vulnerabilidade psicólogica o tornam o viciado e soldado ideal. Nisso, a cultura das drogas disseminada por viciados universitários, certas vertentes musicais de apologia ao crime e a subcultura audiovisual de inversão de valores ( incluindo novelas), muito contribuem para a aceitação sociológica dessa degeneração do coletivo.



    A pessoa dita "de bem", que "apenas usa drogas", mas "não faz mal a ninguém", é acionista anônima no capital desse tipo de empresa do Mal, financiando todo o ciclo vicioso dos horrores de que é escrava. Também é ela que, por sua simpatia com o vício e ligações com vagabundos do submundo, forma o núcleo da "opinião pública" manobrada pelos vigaristas dos "Direitos dos Manos" e da mídia de discurso antipolicia. É principalmente por conta dessa massa de drogados marionetes que o negócio do Tráfico prospera protegido por uma visão de que o criminoso é vítima da Polícia e da Justiça, embora a realidade da vizinhança mostre exatamente o contrário: bandidos perpetram horrores contra a população, diante da falta de policiamento e impunidade! Com um baseado na boca, uma "carreira de pó" no nariz ou uma pedra de crack na mente, essa pessoa "de bem", esse trabalhador, essa mãe, nos atrai o Inferno na Terra. As políticas antidrogas governamentais  fracassam, em geral, porque se atém a satisfazer esse tipo de eleitor, que é "contra a violência", mas é cliente do tráfico.



    Já vimos que o domínio territorial é importante para os negócios das Facções, mas vamos agora examinar a necessidade de domínio das cadeias e Penitenciárias. Além de ser o melhor ponto de reunião dos criminosos (onde centenas de vagabundos, oriundos de diversas regiões, podem conviver e criar laços pessoais), um presídio é, naturalmente o local onde qualquer bandido prevê estar, algum dia. Ora.. Passar bem no regime de perda total da liberdade é um dos objetivos das Facções Criminosas, criadas que foram de DENTRO do Sistema Prisional. Mas não é só isso: a idéia é fazer da cadeia o Centro de Comando e Controle do crime nas ruas das cidades.



    Para conseguir tais objetivos, se torna fundamental unir os membros da Facção em pavilhões exclusivos ( medida de segurança e de facilitação da administração interna da Organização Criminosa) ou, se possível, fazer da cadeia toda uma espécie de resort exclusivo, com a eliminação ( assassinato) de rivais e não-filiados. Quando consegue atingir uma das duas situações acima descritas, é possível manter uma estrutura de telecomunicações e administração ( celulares, livros-caixa, acesso a internet, etc), bem como proporcionar conforto aos membros na forma de regalias ( ar condicionado, frigobar, TV a cabo, quartos em estilo "Motel" para visitas íntimas, etc). É claro que tudo isso afronta à Lei de Execuções Penais, e quando existe, é porque há "vista grossa" e/ou corrupção de autoridades públicas.



    A gestão interna da Facção  inclui a arrecadação de mensalidades fixas, promoção de bingos e rifas com compra obrigatória de bilhetes e o Marketing Multi-Nivel na venda de produtos e serviços aos cadeeiros ( incluindo prostituição, drogas, bebidas alcoólicas, armas, etc), bem como aos filiados em liberdade da agremiação.



   
    O negócio é milionário e envolve sofisticadas operações com o montante de dinheiro arrecadado.




    Empresas "de fachada" ou mesmo a sociedade em empresas que operam legalmente também tem importância fundamental nas operações de uma Facção Criminosa, pois o grande volume de dinheiro sujo obtido em ilícitos precisa ser "lavado" para que a corrente criminosa seja perfeita. A participação de Bancos privados nessas operações de lavagem, bem como em outras operações financeiras, é fato comprovável facilmente em investigações pertinentes.



    Seguindo essa linha, as Facções Criminosas prosperaram e se multiplicaram no Brasil inteiro, fizeram da Segurança Pública um caos irresolvivel, dominaram 70% dos presídios no país, instalaram uma Guerra Civil não-declarada na nossa Nação e criaram "Estados Paralelos" em diversos rincões. Já está em andamento, inclusive, a dominação de outros países. No Paraguai, por exemplo, o PCC ( Facção Criminosa brasileira, de origem paulista) decretou a morte do Presidente da República local e estipulou uma recompensa milionária pela sua cabeça.



    A partir de determinado momento, as Facções Criminosas ( que como já vimos, se originaram de criminosos politizados) resolveram entrar na Cena Política do Brasil - e o fizeram com força total! As alegações dos vagabundos comunistas presos na Ilha Grande, lá nos anos 70, frutificaram de verdade: a escória criminal realmente  se transformou em fator importante politicamente. Graças a seus recursos financeiros gigantescos e ao potencial eleitoral das centenas de milhares de membros e familiares, as Facções agora devem ser levadas em consideração como força política real: já está acontecendo, de fato.




     Mas essa parte fica para o próximo artigo...




Erick Guerra, O Caçador

quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

OS MONSTROS ( CASO MANAUS)





⁠⁠[07:24, 5/1/2017] Erick Guerra: ⁠⁠⁠

OS MONSTROS ( CASO MANAUS)


Por Erick, O Caçador
As facções criminosas Família do Norte e PCC se matam faz um tempo. Por estes dias, numa série de batalhas no interior do Sistema Prisional amazonense, proporcionaram a fuga em massa de cerca de duas centenas de presos, em meio a 60 mortes ( números arredondados). A Guerra entre esses bandidos é pelo controle da rota de cocaína e pasta base produzidas no Peru e despachadas para o Brasil através do Rio Solimões. Durante os últimos 13 anos (gestão PT no Governo Federal), o volume de mercadorias traficadas por essa rota cresceu enormemente, facilitada pela retirada de guarnições militares e de contingentes da Polícia Federal da Região. Seria esse abandono das fronteiras obra do acaso? Está explicada a facilidade de se encontrar crack ( que é um derivado da cocaína) em qualquer lugar do Brasil! ( Se duvidar, lembre há quanto tempo o crack se tornou uma praga no nosso país: perceba a coincidência de períodos...) Voltando à Batalha Presidiária do Amazonas: os presos caídos em combate nos presídios manauaras, defenderam até a morte sua bandeira do crime. No post-mortem, foram mutilados com selvageria primitiva, própria de sua Escória Desumana - um tipo degeneração da espécie. Aí começa o bate-bola: O Juiz titular da Vara de Execuções Penais, Luiz Carlos Valois ( membro da Comissão de Direitos Humanos e investigado pela Polícia Federal por suposto envolvimento com facções) diz que "quem legitima e dá poder as facções é a Polícia". Estranho, não? O fato é que o caso concreto envolvendo concessão benefícios ilegais a facções criminosas no Amazonas é um inquérito da Polícia Federal que resultou no afastamento da Desembargadora Encarnação Salgado e em que estão envolvidos advogados, funcionários do Judiciário e etc. O próprio Juiz Valois é um dos investigados. O inquérito versa sobre venda de sentenças judiciais a Organizações Criminosas, inclusive a Família do Norte. Segundo divulgado, o esquema era escancarado dentro do Sistema Penitenciário do Amazonas. A Comissão de Direitos Humanos da OAB do Amazonas já apressou-se em "exigir providências" sobre o "massacre". A mesma comissão nunca se pronunciou sobre a condição das vítimas desses criminosos mortos ( todos eles estupradores, assassinos, traficantes, etc). O Ministro da Justiça do Brasil, Alexandre de Moraes ( ex- advogado do PCC), que defende publicamente a tese de que "não há Guerra de Facções Criminosas no Brasil", tenta jogar a culpa no governo do Estado do Amazonas - dizendo que o governador já sabia antecipadamente da data da rebelião, mas nada fez. O fato é que o Ministro sabia também, e agiu igual. O governador do Amazonas, José Melo ( PROS), foi acusado de "negociar" com a facção criminosa Família do Norte para sua reeleição em 2014. Áudios de escuta telefônica divulgados pela Revista Veja e por jornais de São Paulo, mostram o então Subsecretário de Justiça (!) do Estado, Major Carliomar, em conversa com um dos Líderes da FDN. O traficante prometeu apoio de cem mil votos. Que tal? José Melo foi reeleito. Qual teria sido a contrapartida? Os donos da Empresa Umanizzare, administradora de presídios no Estado do Amazonas ( sim! Privatizaram o Sistema Prisional por lá), aparecem em investigação como tendo "doado" 212 mil reais ao ex-Deputado Federal Carlos Souza ( PSD- AM). Carlos Souza é atualmente Presidente da Junta Comercial do Amazonas, nomeado pelo governador José Melo. Além disso, Carlos é réu de processo já concluso para sentença no TJ-AM, onde é acusado de ser uma liderança do Tráfico de Drogas. A quadrilha dele também teria a participação de seus irmãos Wallace e Fausto ( os dois ex-Deputados Estaduais) que, segundo consta no processo, mandavam matar seus rivais no tráfico e depois promoviam reportagens policiais sobre as mortes, na Rede de TV da família... É o já conhecido vínculo criminoso de sucesso no Brasil: Políticos corruptos + empresários + organizações criminosas + imprensa comparsa, em mais uma história brazuca. STF, Governo do Amazonas e etc, já se apressaram em garantias de que as famílias dos "mártires das facções" mortos em ação de guerra no interior do Sistema Prisional recebam polpudas indenizações, que nós ( os contribuintes) pagaremos. Os valores iniciais estimados orçam em torno de nove milhões de Reais. A repercussão internacional está grande: imprensa mundial, ONU, o Papa e o escambau - que fecham os olhos para a média anual de 60.000 homicídios no Brasil - estão "consternados" com a "tragédia". Isso como se fosse um absurdo que vagabundos organizados em milícias se engalfinhem até a morte, sem que gente civilizada possa apartar... O Presidente Temer tentou se esconder como pode... Mas não deu certo! Agora, ele está preocupado - com a sua própria imagem! Dezenas de corpos decapitados, esquartejados, mutilados horrivelmente! Todos eles "vítimas da Sociedade", destroçados por seus "pobres companheiros" de "opressão social". Uma pergunta ecoa: SOMOS NÓS OS MONSTROS? Autoridades coniventes, corruptas, ineptas, sob suspeita... A culpa é do povo? SOMOS NÓS OS MONSTROS?? Fica a pergunta que não quer calar: QUEM SÃO OS MONSTROS? Ora... Chega de hipocrisia! Erick Guerra, O Caçador